No Ateliê, a Lua Flicts se acendeu em homenagem a seu criador. Afixada na prateleira, uma foto do artista sorridente. “Ziraldo!”, aponta, feliz, uma criança do Grupo 2 ao entrar no espaço. “Virou estrelinha”, compartilhou outra. “Eu também quero virar estrelinha!”, “Mas estrelinha fica no céu!”, “Como você vai no céu?”, seguiu a conversa.

A morte (esse grande mistério) do filho de Zizinha e Geraldo não passou despercebida pelas crianças da Creche, nem mesmo pelas mais novas.

A importância de Ziraldo para a literatura infantil, para a infância e para as crianças de 0 a 100 anos é incontestável. Sua capacidade de retratar com cores, formas e poesia a alegria do brincar encantou e continua a encantar quem entra em contato com sua obra. 

E nos últimos tempos, o Jabuti tem respirado esse universo. Ano passado, Flicts foi a história escolhida pelas crianças do Grupo 5 para ser encenada na Formatura. E, embora a Formatura seja do Grupo 5, os outros Grupos acabam acompanhando o processo, seja observando ensaios aqui e ali, ou a produção do cenário e adereços. O Grupo 5 de 2023 se formou, mas a Lua Flicts, confeccionada por eles, ficou no centro do Ateliê. 

Este ano, tivemos uma grata surpresa ao descobrir que a exposição “Mundo Zira” estaria em cartaz no CCBB.  Corremos para agendar as visitas mediadas pelo Educativo e levamos as crianças dos Grupos 3, 4 e 5 para viver essa experiência. 

Afora isso, aqui na Creche, elas entraram em contato com os mais de 10 títulos, escritos e/ou ilustrados pelo artista, que possuímos em nossa Biblioteca. Esse contato inspirou atividades, planejamentos e se fez presente nas conversas entre as crianças, seja na Creche ou em suas casas, como compartilham conosco algumas famílias. 

 

O Grupo 5, no retorno da exposição, decidiu fazer uma escultura da cabeça do artista, que ainda está em processo de confecção. E elas sempre faziam questão de afirmar, felizes “Ele está vivo!” Mas a notícia da morte pegou a todos de surpresa e as conversas para elaborar esse mistério tem sido muito presentes: “Clarisse, o Ziraldo morreu!”, “Virou esqueleto!”, “Ainda não virou esqueleto, ele vai virar esqueleto ainda!”, “Ele foi enterrado!”, “O que é cinzas, Clarisse?”. Foi assim, como o Menino Maluquinho chegando da escola, que a turma entrou no Ateliê para a Oficina de Artes, na quarta-feira.

Na segunda-feira, as professoras dos Grupos 3, 4 e 5 sentaram em rodas para conversar com as crianças e fazer a leitura das homenagens trazidas no jornal O Globo. As crianças do Grupo 5 também assistiram ao clássico do cinema nacional, de 1995, “O Menino Maluquinho”. No Grupo 2, a professora Vavá compartilhou com as crianças a edição do jornal A Folha de São Paulo, trazida por um dos familiares do Grupo, com matéria especial dedicada ao artista.

 

Embora tenha “virado estrelinha”, Ziraldo se eternizou em sua vasta e rica obra e aqui elas continuam e continuarão vivas!   

Leave A Comment

Your email address will not be published. Required fields are marked *