Silêncio.

A concentração do artista e seus movimentos precisos conduzem a atenção das crianças para a obra em construção. Curiosidade, atenção, delicadeza, sensibilidade, gentileza, respeito e encantamento são as palavras que melhor definem os encontros entre as crianças dos Grupos 4 e 5 e o artista Ciro Fernandes em seu Ateliê, localizado no Centro do Rio. 

Grupo 5

Na quinta-feira, a turma chegou curiosa ao espaço do artista. Como em uma caça ao tesouro, percorreu a grande sala à procura de obras já conhecidas por ela e que estão nos murais da Creche: “Encontrei o Peão!”, “Olha! Essa a gente já viu na Creche! Se chama ‘Leitura’!”

Em seguida, Ciro chega com uma placa de madeira em mãos e anuncia: “Vou fazer um bicho! Vou fazer um cágado.” A palavra não era familiar às crianças e, curiosas, acompanharam Ciro até sua mesa. Ao identificarem que o tal cágado era igual a um jabuti, exclamaram encantadas: “É o Tatá!”, “É o Tatá do Jabuti!”. 

E durante todo o tempo em que o artista esteve debruçado sobre sua criação, as crianças estiveram debruçadas sobre ele, silenciosamente, com olhares muito atentos. Por vezes teciam comentários de forma muito discreta ao amigo do lado, ou ao próprio Ciro, encontrando semelhanças e diferenças entre o que estavam vendo e a proposta que fizeram no Ateliê da Creche.

Depois, sentaram-se em roda e a auxiliar Jéssica contou a história do livro “Os bichos que sei fazer”, escrito por Ciro e ilustrado por sua filha, Milena Fernandes. 

Antes de irem embora, quiseram fazer uma pergunta para ele: “Ciro, o Ziraldo é seu amigo?”, perguntou uma das crianças. “Era. Agora não quero mais ser amigo dele não, porque ele morreu e eu tenho medo.” “Mas agora ele vive dentro do seu coração.”, respondeu outra criança. “Ele vive no céu.”, compartilhou outro amigo. “E se ele vive no céu e ele está no seu coração, o céu está no seu coração.”, concluiu outra criança.

E nesse clima de respeito, carinho e cuidado, o Grupo 5 se despediu do artista.

Grupo 4

Na sexta-feira foi a vez das crianças do Grupo 4 visitarem o Ateliê de Ciro Fernandes. O acervo de livros ilustrados pelo artista, e alguns escritos por ele também, foi um ponto de atenção das crianças, que se acomodaram confortavelmente nas cadeiras e sofá para apreciá-los.

Manusear o maquinário de impressão e observar as obras por todo o salão também foram os movimentos das crianças durante toda a visita.

E Ciro chegou, trazendo nas mãos a matriz do cágado iniciada com o Grupo 5. E falou: “Ontem, a outra turma veio aqui e eu fiz esse cágado, mas dá para melhorar.”, e se sentou em sua mesa de trabalho. Mas logo reparou que a mesa era muito alta para as crianças e, então, decidiu mudar de lugar, e realizar os entalhes sobre a mesa de centro, para que todas pudessem acompanhar seus movimentos.

Novamente, o silêncio se fez presente e a revelação da impressão encantou a todos. As crianças quiseram mexer nos restos de madeiras da matriz.

Uma delas levou um presente para dar ao artista, que recebeu com muita alegria. 

Foram encontros muito especiais. Agradecemos imensamente ao Ciro Fernandes e a seu filho, Bruno Fernandes, pela generosidade, cordialidade, simpatia e atenção com que nos receberam no Ateliê. Experiências como essas são de uma riqueza ímpar. 

Para quem quiser conhecer um pouco mais da vida e das obras de Ciro Fernandes, segue o link do site: https://www.cirofernandes.com.br/

Ciro recebe visitas no Ateliê e o agendamento pode ser feito pelo site.

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