Aqui na Creche, dos Grupos 3 ao 5, vida e obra do artista Claude Monet têm sido tema constantemente explorado ao longo das últimas semanas. Livros do acervo da Biblioteca, imagens, vídeos do e sobre o artista têm sido ofertados às turmas.

Nas Oficinas de Artes, as crianças dos Grupos 3A e 3B estão envolvidas mais especificamente com o fazer artístico do pintor. Estar em diferentes lugares, observar as paisagens, as cores, a iluminação do dia em diferentes horários e climas e transpor em pinceladas na tela o que é visto e sentido compõem as experiências desse fazer.

A Varanda e o Pátio de Areia foram os espaços escolhidos pelos Grupos para fazerem suas incursões. Semana passada eles foram “a campo” para observar e em seguida retornaram ao Ateliê para preparar e nomear as cores que haviam identificado. Esta semana, as turmas saíram novamente do Ateliê e foram com seus suportes, tintas e pincéis experienciar a pintura ao ar livre, estabelecendo novos diálogos com os espaços.

Em sala, as professoras deram seguimento à proposta iniciada no Ateliê. Vavá, professora do 3B, ampliou a vivência das situações de leitura com diferentes suportes de texto, mostrando para a turma uma matéria de jornal sobre a Exposição imersiva “Monet à beira d’água”, em cartaz no Rio de Janeiro.

Já a pintura ao ar livre tem sido bastante explorada pelas crianças do 3A, que têm vivido algumas experiências na Varanda.

No Grupo 4, as crianças ficaram curiosas com a diferença das cores, formas e pinceladas presentes em quatro telas d’A Ponte Japonesa (1899 – 1899 – 1919 – 1923), apresentadas no livro “Linéia no Jardim de Monet”, de Christina Bjõrk e Lena Anderson (Ed. Salamandra). Ao comparar as pinturas, a turma questionou o motivo de tanta diferença e, pesquisando no mesmo livro, descobriu que o pintor teve catarata nos olhos e quase ficou cego. “Cadê o olho dele?”, “Deixa eu ver o olho dele?!”. As crianças começaram a buscar imagens do artista na tentativa de verem seus olhos, mas, sempre que encontravam uma foto, ele estava usando um chapéu que sombreava uma parte do rosto e acabavam não conseguindo ver o que queriam. Foi então que Eunice, professora da turma, e Clarisse, professora de Artes, perceberam que as crianças poderiam estar supondo que a tal da catarata causaria alguma alteração visivelmente significativa nos olhos. A partir daí a conversa foi sobre os olhos, a catarata, como fica o olho, a operação que o pintor fez e ficou bom… A partir desse interesse pelos olhos, o Grupo escolheu confeccionar um boneco do Monet “Com braços, pernas…”, “Com cabeça!”, “Com nariz, boca. Com olho!!!”, “Com barba!”. E estão dando andamento a essa atividade.

As crianças do Grupo 5 também estão muito envolvidas com as obras de Monet e com a observação da mudança da luz natural durante o dia na Creche. “A luz muda em qualquer lugar. A luz é mais clara com o sol.”, afirmou uma delas. O Grupo tem observado a iluminação através das janelas da sala, dos feixes luminosos no Pátio Verde e, inclusive, sentindo a temperatura da luz que “às vezes é mais quente e às vezes mais fria.”

No Ateliê escolheram fazer desenhos e pinturas de observação de duas telas, “Ramo de Girassóis” (1881) e “Ponte Japonesa” (1899), obras das quais mais gostaram.

O sentido é algo particular e o Grupo 5 vem aos poucos sentindo que na espontaneidade, na liberdade, os sentidos se revelam e aparecem em suas falas e produções artísticas. Ficam aqui alguns registros das falas das crianças do Grupo:

“Eu amo Monet e ele também é amoroso.”

“Monet procurou a luz do sol na natureza.”

“Deus colocou a luz e acendeu no céu: de dia o sol e a lua de noite.”

“Ele (Monet) é diferente”

“Ele (Monet) é muito legal. A gente não vê ele porque ele morreu, mas viveu muito tempo.”

“O Monet fez a natureza ficar mais bonita!”

Comments are closed